Abílio Diniz, bilionário e empresário brasileiro, que morreu neste domingo (18), aos 87 anos, tornou-se manchete nacional não por seus feitos comerciais, mas por ter sido vítima de um incidente traumático. Em dezembro de 1989, durante as primeiras eleições presidenciais democráticas do Brasil após o fim da ditadura militar, Diniz foi sequestrado. O plano dos sequestradores e a motivação política O sequestro, que visava arrecadar fundos para os guerrilheiros sandinistas, contou com a participação de uma quadrilha internacional diversificada, composta por chilenos, argentinos e até dois estudantes canadenses da Simon Fraser University, David Spencer e Christine Lamont. No entanto, não demoraria muito para que a polícia tomasse conhecimento do caso e entrasse em ação. Presos e condenados Depois de um resgate quase imediato, a polícia conseguiu prendê-los com base em uma dica de um vizinho que estava descontente com o volume alto da música que vinha do prédio onde Diniz era mantido refém. No total, dez pessoal foram presas, incluindo chilenos, argentinos, brasileiro e os estudantes canadenses. A reação no Canadá O envolvimento de Lamont e Spencer rapidamente se tornou um caso de alto perfil no Canadá e gerou uma tensão significativa nas relações diplomáticas do país com o Brasil. Os dois se declararam inocentes, mas as evidências contra eles eram fortes e inegáveis. Liberação e apelo à justiça Inicialmente condenados a 28 anos de prisão no Brasil, os estudantes canadenses conseguiram retornar ao Canadá em 1998, após uma longa batalha legal e várias greves de fome. Apesar da liberdade condicional concedida a ambos em 2000, o eco das ações passadas ainda ressoa em suas vidas e na memória nacional. O sequestro de Abílio Diniz é um dos casos mais notáveis da história criminal brasileira e uma lembrança dos perigos que podem surgir no cenário de guerrilhas políticas.