Ana Carolina Silva Souza atuava como agente de trânsito incentivada por programa social cujo objetivo era “estimular a iniciação qualificada no mundo do trabalho formal, selecionando e promovendo os jovens para desenvolver atividades práticas supervisionadas”. A jovem entregou a notificação ao motorista de um Cobalt preto depois de ele ter estacionado o carro em uma vaga proibida em frente ao Poupatempo do município da Grande São Paulo. É possível ouvi-la dizer aos ocupantes do carro: “Vai chegar a multa e cinco pontos na sua carteira”. Segundos depois, a passageira, uma mulher grávida, desce do veículo e parte para cima de Ana Carolina; em seguida, o motorista faz o mesmo. (vídeo acima) A Prefeitura de São Bernardo, que ingressou com a ação civil pública, disse que a jovem teve os cabelos puxados, a cabeça socada, o rosto estapeado e o corpo arranhado e chutado”. A juíza Mônica Serrano, da 7ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, afirmou que restou incontestável a configuração do dano moral coletivo, “tendo em vista que a atitude reprovável dos apelados, além de ofensa individual à jovem, teve repercussão grave, já que também feriu o objetivo do projeto, que era de valorizar os jovens, a dignidade e moralidade do serviço público executado”. “O município relatou que o ocorrido causou muita indignação a moças e rapazes que exercem as mesmas funções ao saber que um deles foi agredido por estar exercendo corretamente seu ofício. Inclusive, a municipalidade relatou que muitos desistiram do programa”, completou a relatora. ‘Foram totalmente ignorantes comigo’, disse a jovem Foto da agente de trânsito agredido circula nas redes sociais. Segundo prefeitura, ela se chama Ana Carolina Silva de Souza e irá registrar boletim de ocorrência por ter sido agredida por casal — Foto: Reprodução/Facebook À TV Globo, Ana explicou, à época, que notificou o casal porque o cartão de estacionamento estava preenchido de forma errada. “Eles chegaram no carro, eu ainda estava notificando, eu expliquei todo o procedimento para eles, que não podia ser esse tipo de caneta, que o cartão era auto explicativo, e eles não queriam saber”, disse a agente. “Depois que terminei de autuar, arrancaram as três vias, na maior ignorância.” “Por um lado, eu estou fazendo o meu serviço, o que é passado pra mim. E por outro lado, o munícipe tem que entender que o cartão é autoexplicativo, não custa nada ele pegar o cartão, ele olhar o cartão, lê o que que pode, o que que não pode, entendeu? Então acho que é meio conscientização dos dois lados”, apontou.