Com o valor da ação em queda de 0,41% às 17h10 desta quinta-feira (14) na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, negou em uma rede social “recuo” em falas sobre a distribuição de dividendos extraordinários da companhia. “Empresa mista com controle estatal tem todo o direito de conversar com o presidente da República e de receber ministros”, escreveu. “O presidente Lula compreende perfeitamente a governança da Petrobras e sabe que o Estado brasileiro exerce seu controle por meio da orientação aos seus representantes no CA [Conselho de Administração]. Foi simplesmente o que ocorreu”, afirmou Prates. Como esse assunto rende interpretações, não? Mas o vernáculo, se bem compreendido, é claro: não há “recuo” algum nas minhas falas desta semana. Eu sempre afirmei que empresa mista com controle estatal tem todo o direito de conversar com o Presidente da República e de receber… pic.twitter.com/Ow10vtxVoy— Jean Paul Prates (@jeanpaulprates) March 14, 2024 Nessa quarta-feira (13), ele disse que a decisão da empresa foi orientada pelo “presidente da República e pelos seus auxiliares diretos”. Prates escreveu que falar em “intervenção” na empresa é “querer criar dissidências, especulação e desinformação”. Segundo ele, o mercado “ficou nervoso” porque foram retidos dividendos extras em “caráter de adiamento e reserva”. “É preciso, de uma vez por todas, compreender que a Petrobras é uma corporação de capital misto controlada pelo Estado brasileiro e que este controle é exercido legitimamente pela maioria do seu Conselho de Administração. Isso não pode ser apontado como intervenção! É o exercício soberano dos representantes do controle da empresa”, defendeu. Entenda Na semana passada, a estatal anunciou a retenção de dividendos extras avaliados em R$ 43,9 bilhões, frustrando o mercado. Na sexta-feira (8), a companhia chegou a perder R$ 56 bilhões em valor de mercado devido ao temor de ingerência política do governo na Petrobras. Nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que a petroleira não tem de pensar apenas em acionistas, mas em investimentos. Nas redes sociais, Prates defendeu a escolha dos conselheiros indicados pela União e representante dos trabalhadores, que votaram em bloco pelo não pagamento dos proventos extraordinários. Exceção ao movimento, o presidente da Petrobras, indicado do governo federal, se absteve após a proposta dele — de pagar 50% do valor e reter 50% — ter sido ignorada pelo conselho de administração da companhia.