Justiça mantém prisão de sequestrador de ônibus no Rio

Justiça mantém prisão de sequestrador de ônibus no Rio

O juiz Pedro Ivo Martins Caruso D’Ippolito decidiu converter a prisão em flagrante para preventiva e argumentou que Paulo já tinha outras anotações criminais. “O custodiado ostenta anotações e condenações em sua FAC pela prática de crimes graves, como roubo. Trata-se de reincidente. Inclusive, encontrava-se foragido do Sistema Penitenciário Há, portanto, diante do histórico criminal do custodiado, risco concreto de reiteração delitiva, o que torna, igualmente, a prisão preventiva necessária para garantia da ordem pública”, escreveu o magistrado. Além disso, o juiz destaca que, no início da audiência, Paulo estava exaltado e agressivo com policiais penais que o conduziam para a sala das audiências. Para o juiz, o preso revela “elevada audácia e destemor”. Durante a audiência de custódia, o advogado de Paulo Sérgio solicitou que seu cliente seja levado a um presídio neutro por medo de represálias. O pedido foi aceito, e um e ofício será enviado à Secretaria de Administração Penitenciária para que seja feita a transferência. Depois de ser preso, Paulo Sérgio disse que estava fugindo para Minas Gerais com medo de represálias de traficantes. ‘Tarde interrompida’, diz preso Paulo Sérgio foi transferido, na quarta-feira (13), da 4ª DP (Praça da República) para a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte. Antes, porém, foi levado ao Instituto Médico-Legal (IML) para exame de corpo de delito – que checa se houve ou não agressão na hora da prisão ou em sede policial. “Minha tarde foi interrompida pelos policiais. Me atrapalharam os policiais. Quatro civis disfarçados atrapalharam a minha viagem”, disse Paulo Sérgio ao deixar a delegacia. Após se render, Paulo Sérgio disse à polícia que achava estar cercado por policiais desde o momento em que comprou a passagem. Paulo Sério comprou passagem no gichê da Viação Útil, às 13h51, em espécie — Foto: Reprodução ‘Perseguição’ Paulo Sérgio de Lima, o homem que sequestrou um ônibus na Rodoviária do Rio e manteve 16 pessoas reféns por 3 horas — Foto: Reprodução/TV Globo O sequestrador chegou ao guichê da Viação Sampaio às 13h51 de terça e comprou, em espécie, a passagem do semileito para Juiz de Fora que partiria às 14h30. “Ao efetuar o pagamento, Paulo tirou um saco de dinheiro e achou que aquilo ali chamou a atenção de algumas pessoas, que para ele seriam policiais”, afirmou o delegado Mário Andrade, da 4ª DP (Praça da República). Mesmo desconfiado de que tinha sido notado, o criminoso resolveu embarcar. Já dentro do ônibus, cismou que alguns passageiros também eram policiais. “Houve a falha mecânica. O motorista pediu auxílio e saiu do coletivo. Paulo achou que, nesse momento, os policiais iriam pegá-lo. Foi quando vieram passageiros, que estavam entrando no ônibus, ele achou que seriam policiais e fez menção de entregar a arma. Um se assustou e saiu correndo, e Paulo efetuou os disparos”, prosseguiu o delegado. Esses tiros atingiram o funcionário da Petrobras Bruno Lima da Costa, de 34 anos, no tórax e no abdômen. O estado de saúde de Bruno ainda era considerado grave nesta manhã. Passageiro baleado em sequestro está grave no CTI A Polícia Civil afirma que Paulo Sérgio também atirou contra policiais que faziam a negociação do lado de fora. Nenhum agente ficou ferido. Versão investigada A 4ª DP quer esclarecer se Paulo é de fato integrante do Comando Vermelho. Duas pessoas que não têm nenhuma relação com o sequestro foram à delegacia e o apontaram como um assaltante que agia na Rocinha e em São Conrado. Uma das testemunhas afirmou que ele roubou uma joia dela no domingo (10). A polícia busca entender se Paulo estava fugindo porque tinha sido descoberto pelo tráfico — o CV não tolera roubos no entorno das comunidades que domina para não prejudicar a venda de drogas. Janela do ônibus ficou com ao menos 7 marcas de tiro — Foto: Thaís Espírito Santo/g1 Rio

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