Os trabalhadores são os responsáveis pelas funções de administração, atendimento hospitalar, laboratórios, redes e diversas outras atividades da rotina das universidades. No país, a greve afeta mais de 50 instituições federais de ensino superior. A categoria pede, entre outras reivindicações, reajuste salarial e reclama da defasagem no plano de carreira. Alunos de odontologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), no centro de Niterói, Felipe Azevedo e Nathália Monteiro fazem um trabalho social dentro da faculdade, atendendo moradores de comunidades. “Fazemos cirurgias, canal, ortodontia. Vem muita criança. Em dia de clínica infantil, quando fariam procedimentos mais complexos, não o farão porque a clínica está fechada,” diz Felipe. “A gente vê que é prejudicado, mas sabe que tem que acontecer. Os servidores têm que solicitar os direitos deles”, fala Nathália. Segundo o professor de odontologia da UFF, Ésio de Oliveira Vieira, a atividade prática do curso depende fundamentalmente do corpo técnico. “O ensino, a pesquisa e a extensão estão prejudicados. A clínica atende 500 pacientes por semana e infelizmente não vai poder dar continuidade ao atendimento porque não tem logística para isso. A gente tem que ter políticas públicas que valorizem a educação e, nesse momento, os técnicos administrativos.” Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação, apesar da greve, o pagamento das bolsas, auxílios e apoio a assistência estudantil a alunos em situação de vulnerabilidade estão mantidos. O que dizem os envolvidos De acordo com a Universidade Federal Rural, vários setores administrativos foram fechados, mas os serviços essenciais estão garantidos. Na página da UFRJ, na internet, um comunicado anuncia a suspensão do atendimento presencial da Biblioteca José de Alencar em adesão à greve. A Unirio informou que as atividades essenciais como entrega de documentos serão agendadas, e que os técnicos de outros setores deverão deliberar sobre a adesão ou não ao movimento. O Governo Federal informou que o Ministério da Gestão viabilizou um reajuste linear de 9% para todos os servidores, além do aumento de 43,6% no auxílio alimentação. E que esse foi o primeiro acordo para reajustes fechado entre o governo e servidores em 8 anos. O Ministério da Gestão informou ainda que vem atuando dentro do possível e dos limites orçamentários para atender às demandas dos órgãos e entidades do executivo federal. E que especificamente para a carreira de técnicos-administrativos educacionais foi criado um grupo de trabalho para tratar da reestruturação do plano de carreira.
Servidores da UFRJ, da UFF, da Unirio e da UFRRJ entram em greve
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