O presidente da França, Emmanuel Macron, visita o Brasil na próxima semana e vai visitar quatro cidades do país: Belém (PA), Itaguaí (RJ), Brasília (DF) e São Paulo (SP). Ele chega ao Brasil na terça-feira (26) e, entre os compromissos previstos, deve discutir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva temas como o acordo entre Mercosul e União Europeia e os conflitos entre Israel e o grupo terrorista Hamas e o da Ucrânia contra a Rússia.
A primeira agenda de Macron no Brasil será em terras amazônicas: terça-feira (26), em Belém (PA), cidade que será a sede da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas em 2025. Vai ser a primeira vez que o francês pisará na região.
Nessa parte da visita oficial, o eixo é amazônico. A programação é que Macron e Lula se reúnam de forma bilateral a bordo de um navio pela Baía de Guajará. Os temas discutidos serão mudança do clima, proteção das florestas, com ênfase na Amazônia.
“A ideia é que o presidente possa mostrar ao presidente francês a complexidade da realidade amazônica”, destacou a embaixadora Maria Laura Escorel de Moraes, que atua como secretária de Europa e América do Norte.
O governo brasileiro prepara uma cerimônia para Macron na capital amazônica, com encontros com líderes comunitários, entre eles uma empreendedora de cacau sustentável, e indígenas de diversas tribos. O francês vai receber um “almoço amazônico”. Uma curiosidade é que Macron avisou aos interlocutores que não come peixe de água doce.
No dia seguinte, cada um dos presidentes parte para Itaguaí, no Rio de Janeiro, em seu próprio avião. Essa parte da viagem compreende o eixo estratégico ou de defesa. A agenda inclui o lançamento de um submarino, chamado de Toneleiro. O procedimento de submersão leva cerca de 30 minutos e faz parte da cooperação Brasil-França.
Há a previsão de entrega de outros dois submarinos franceses, sendo um deles no ano que vem. Os líderes vão discutir, o futuro do programa dos produtos aquáticos de defesa territorial.
Depois, Lula retorna a Brasília, enquanto Macron segue para São Paulo. Nessa parte, o eixo é econômico, que inclui um almoço empresarial na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), uma possível caminhada pela avenida Paulista e uma eventual visita ao Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand.
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O último dia de agenda de Macron será quinta-feira (28). O líder europeu irá a Brasília para concluir o eixo bilateral e político da visita. O francês vai ser recebido com pompa por Lula, no Palácio do Planalto, e os dois podem discutir as guerras que ocorrem em diversas regiões do mundo e o acordo entre Mercosul-União Europeia.
Na sequência, haverá um almoço no Palácio Itamaraty e a visita de Macron ao Congresso Nacional, onde vai se reunir com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, Macron e Lula devem assinar cerca de 15 textos, envolvendo acordo de cooperação e de intercâmbio. São eles: cooperação técnica da Embrapa com a contraparte francesa, modernização da gestão pública, audiovisual e criação de centro de imunologia no Ceará, entre outros. Existem outros 15 temas que estão em negociações entre as partes, cujos ajustes estão em fase final.
Segundo o Itamaraty, o comércio bilateral entre os dois países foi de US$ 8,4 bilhões em 2023. As exportações brasileiras somaram US$ 2,9 bilhões e as importações, US$ 5,5 bilhões.