Lar Esportes Entenda o aneurisma que deixou músico capixaba em coma por 10 anos

Entenda o aneurisma que deixou músico capixaba em coma por 10 anos

por admin
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Segundo cirurgiões, Lima foi acometido por uma “catástrofe vascular”, a chamada Dissecção de Aorta, do tipo A, uma situação extremamente grave que causa uma espécie de “rasgão” na maior artéria do corpo. A hipertensão arterial não controlada está relacionada a 75% dos casos de dissecção na aorta. Em termos práticos, a camada interna da maior artéria do coração do músico se rompeu e o sangue foi desviado do trajeto normal. Com a realização do procedimento, foram implantados dois tubos com válvulas feitos de material sintético, que vão redirecionar o fluxo sanguíneo para o “caminho” correto. Músico Alexandre Lima, 54 anos, morreu após ficar 10 anos em coma em Vitória, Espírito Santo — Foto: Divulgação Aneurisma Em entrevista para o g1, o cardiologista Diogo Barreto explicou o aneurisma é uma dilatação dos vasos sanguíneos, uma fragilidade na parede da artéria, a via onde circula o sangue do nosso organismo. “A aorta é uma artéria que sai diretamente do coração e desce paralelamente à coluna vertebral, distribuindo o sangue oxigenado aos órgãos do corpo. Por sair diretamente do coração, suas paredes estão submetidas a pressões muito altas. O aneurisma de aorta é uma dilatação na parede da maior artéria de nosso corpo. As paredes das artérias, que são constituídas de várias camadas de tecido muscular, fragilizam-se e forma-se uma dilatação”, detalhou Barreto. Vasos sanguíneos transportam sangue e podem levar a doenças graves quando são interrompidos — Foto: Quimono/CC0 Creative Commons/Pixabay O médico, que é coordenador do Serviço de Cardiologia do Hospital Evangélico de Vila Velha, explicou ainda que as cirurgias para o tratamento de aneurisma são consideradas de grande porte, ou seja, de alto risco e longa duração. “O que aconteceu com ele [Alexandre] foi complicações no pós-operatório, que são inerentes a uma cirurgia de grande porte. O músico teve um diagnóstico de encefalopatia hipóxico, que é quando parte das células cerebrais do paciente são perdidas, ou seja, os neurônios morrem”, explicou o cardiologista. O médico cardiologista Eduardo Castro explicou que o fato de estar em coma e em estado vegetativo significa que o paciente não consegue responder a nenhum estímulo de maneira consciente. “Porque parte do cérebro foi atingido (como quando ficou sem oxigenação na cirurgia). E essa parte é uma área que faz conexão que permite associar ideias. É irreversível, como no caso dele. Por exemplo, ele pode abrir o olho, mas não vai responder piscando se alguém fizer pergunta. Ele não identifica a sensação de dor. Então, pode se falar em estado vegetativo por isso”, disse Castro. Amaro Lima, irmão de Alexandre Lima, fez homenagem após morte do músico em Vitória, Espírito Santo — Foto: Reprodução/Redes sociais Ou seja: uma pessoa pode estar em coma (com ou sem estado vegetativo). Em coma sem estado vegetativo, provavelmente parte do cérebro que responde a sensações, associa ideias e identifica estímulos não foi danificado. Nesse caso, é uma situação reversível. Em caso de coma com estado vegetativo, esse campo do cérebro foi atingido e não tem mais volta. No caso do coma, a pessoa pode ter resposta. Mas se houver algum dano no cérebro que cause perda de estímulo, aí o caso pode ser tratado como estado vegetativo. O médico cita como exemplo uma pessoa que está correndo. Se ela machuca a perna, mas ainda sente dor ou alguma sensação, mesmo se a pessoa estiver “apagada”, poderíamos dizer que isso é coma. Mas se essa mesma pessoa tiver uma lesão, mas perder a perna, não vai ter resposta a nada, então, seria como um coma e estado vegetativo. No caso parecido com o do músico capixaba, a falta de oxigênio pode ter sido um agravante. Mas em caso de cirurgia mais complicada, como a deve na época, até fazer massagem cardíaca é um risco, o que expõe ainda mais o paciente a ter sequelas. Nesse caso, ele acabou ficando em “estado vegetativo” por que a falta de oxigenação comprometeu a resposta do cérebro a estímulos. Entenda o caso de saúde do músico Alexandre passou mal durante uma reunião para definir a programação de fim de ano em Vitória. O então secretário de Cultura da Capital recebeu os primeiros socorros do próprio prefeito da época, Luciano Rezende, que é médico. Músico Alexandre Lima, 54 anos, morreu após ficar 10 anos em coma em Vitória, Espírito Santo — Foto: Divulgação O artista sofreu um aneurisma da aorta e foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após passar por uma cirurgia. O músico entrou em coma após sofrer uma parada cardiorrespiratória durante uma cirurgia para a retirada de um aneurisma na aorta. Alexandre não mexia os braços e as pernas e se alimentava através de sonda. A cada mês, cerca de 20 latas da alimentação especial eram usadas. Ele ficou 119 dias internado em 2013 e voltou ao hospital, por um mês, em dezembro de 2015, para tratar uma pneumonia. Até hoje, o músico precisava de cuidados especiais dentro de casa. O ex-secretário chegou ao “estado vegetativo persistente” porque ficou sem receber oxigênio por tempo indeterminado, enquanto estava na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), segundo a família. Vídeos: tudo sobre o Espírito Santo

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