O intuito do sorvete, segundo Ana Maria, é auxiliar pessoas que precisam se alimentar com grande concentração de proteínas, de uma forma não convencional, como vítimas de câncer, que por vezes apresentam feridas na boca e garganta dificultando a ingestão de alimentos mais sólidos. “Esse sorvete contém a proteína do frango, adicionada numa calda base de sorvete que nós desenvolvemos para o incremento de proteína para aquelas pessoas que precisam e não conseguem se alimentar, como pacientes com câncer, ou mesmo em casos de cirurgias de amídalas, redução de estômago, entre outros”, explicou Ana Maria ao g1. Ana Maria desenvolveu sorvete com proteína de frango — Foto: Arquivo pessoal É o caso da própria filha da pesquisadora, Ana Paula da Silva Leone, que em 2019 enfrentou um câncer de mama na gravidez o que inspirou a mãe na elaboração do sorvete com base na tilápia, produto que era fruto da pesquisa de doutorado dela. O g1 contou essa história em 2022, relembre aqui. “Quando eu fazia meu doutorado desenvolvemos sorvete à base de tilápia devido ao câncer que a minha filha passou. Ela teve câncer de mama gestacional e não conseguia se alimentar em função de feridas na boca e com isso não conseguia consumir proteína animal, devido a dor”, explicou a pesquisadora. Além do consumo de proteína animal, o produto trouxe alívio as dores da filha e esperança à pesquisadora para trabalhar com produtos que auxiliassem, em especial, dietas mais restritas. O processo de produção Ana Maria desenvolveu sorvete com proteína de frango — Foto: Arquivo pessoal Para a produção do sorvete, a proteína animal passa por um processo chamado de hidrólise. Na prática, segundo a pesquisadora, o processo é um fenômeno químico que quebra as moléculas da carne em moléculas menores, transformando o item em uma cauda que é adicionada aos ingedientes no momento da mistura para a produção do sorvete. “Tem gosto de sorvete comum, de baunilha, muito gostoso, não dá para sentir nenhum gosto diferente, nenhum outro sabor marcante, de frango, por exemplo. É muito gostoso, vale à pena”, afirmou o repórter da RPC Diego Canci após provar o item. O sorvete além de auxiliar em dietas mais restritas por questões de saúde, também pode auxiliar atletas pelo baixo valor calórico, segundo a pesquisadora. “A definição que a gente defendeu em tese no caso do sorvete de tilápia, foi o de 17,89 gramas de proteína por 100 gramas de produto. Nosso nutricionista está fazendo o cálculo para este produto com proteína de frango, mas o valor deverá ser equivalente ao de tilápia”, explicou Ana Maria. “É recomendado também para quem faz dieta por possuir baixo nível de açúcar, baixo nível de lipídios, de gorduras, […] é uma sobremesa leve”, disse a pesquisadora ao g1. Por que usar frango? A nova versão do sorvete foi produzida com proteína de frango e não com tilápia levando em conta a grande cadeia de produção de frango no Paraná, segundo a pesquisadora Ana Maria. Com a exposição na feira, o item agora passará a ser comercializado com preço próximo próximo aos sorvetes comuns de mercado, mas tendo como valor agregado, o incremento de proteína. “A cadeia do frango ela está mais estabilizada no mercado, a gente encontra mais fácil o produto que é a matéria prima que a gente utiliza no sorvete e fica mais barato que o sorvete de tilápia. O produto vai chegar no supermercado, mais ou menos em um preço equivalente ao normal, mas com a adição da colocação de proteína animal”, afirmou Ana Maria. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o Paraná produziu 2,1 bilhões de frangos em 2023 liderando o mercado nacional, sendo responsável atualmente por 34,3% de participação nacional, crescimento de 5,4% em relação à 2022, quando a produção foi de 2, 04 bilhões de frangos. VÍDEOS: Mais assistidos g1 PR