A família da jovem iniciou uma campanha nas redes sociais para arrecadar R$ 180 mil para a compra de uma prótese articulada para ‘Carol’, como ela é conhecida pela família. Ao g1, Reinaldo de Albuquerque Borges, 46 anos, pai dela conta que o drama da família começou há aproximadamente um ano quando Ana Caroline começou a reclamar de dores constantes na perna. Após um exame de ressonância magnética apontar algo estranho os resultados foram encaminhados para um médico em Porto Velho que identificou o problema. A jovem foi diagnosticada com osteossarcoma, um tumor maligno ósseo mais frequente na infância e adolescência, e geralmente associado com dor localizada, como também alterações ósseas. No primeiro momento, a jovem passou por uma cirurgia e teve de colocar uma prótese sem amputação da perna, porém aconteceram ela teve complicações após o procedimento. “Tinha dado tudo certo, mas aconteceu que no dia seguinte a retirada dos pontos, ela foi se levantar da cama, esqueceu que a perna estava ‘cirurgiada’ [sic], só que como a perna estava sem forças, quando ela ficou de pé com as duas pernas, ela se ajoelhou, caiu de joelhos no chão e aí houve uma ruptura da cirurgia”, explica o pai. Após câncer, adolescente precisou amputar uma das pernas — Foto: Arquivo pessoal Amputação A adolescente teve uma exposição da prótese e a contaminação do aparelho e após a recolocação no lugar, mesmo com a tentativa dos médicos, a família recebeu a notícia de que o caso seria de amputação. Esse momento extremamente difícil, fez com que a família esgotasse todas as possibilidades de tratamentos alternativos. “Nós gastamos muito dinheiro. Todas as clínicas, aquela clínicas boas aqui em Porto Velho, fazíamos o tratamento dessa clínica, era muito alto o custo. Pra você ter uma ideia, em três semanas, nós gastamos 14 mil reais pra tentar salvar a perna dela, com clínicas de ozônio, com antibióticos e tudo. Todo mundo passava uma ideia de que: ‘não, ela não vai perder a perna, vai curar, vai curar’. Vendendo uma ilusão pra gente. Já os médicos do hospital sabiam que a única solução era a amputação, porque não podiam mais tirar a prótese contaminada e colocar outra”, esclarece o funcionário público. Após muita resistência da adolescente em perder uma das pernas, ela começou a pesquisar sobre o assunto e ver as próteses que poderiam ser mais funcionais para a sua rotina. “Depois de muito lutar, que ela viu que não tava dando jeito a cicatrização, nós resolvemos pela amputação. A única condição dela foi: ‘Pai, eu não quero essas próteses que não dão uma boa movimentação, eu quero uma prótese boa para fazer minhas coisas’. Então ela começou a pesquisar sobre as próteses, e aí ela achou umas próteses, só que a prótese era um valor absurdo, então mandei ela pesquisar uma mais barata, e ela achou uma mais barata e ainda assim para nossas condições ela é muito cara, uma prótese, pelas configurações dela, ela é R$ 180 mil”, explica o pai. Reinaldo que compartilha a rotina dos tratamentos da filha em suas redes sociais, conta ainda que a prótese escolhida é a prova d’água e ainda tem a articulação do joelho, já que a jovem teve a perna amputada acima da articulação. “O joelho que faz a movimentação, porque a perna dela foi amputada acima do joelho, claro que é uma prótese melhor. Na pesquisa dela, ela queria uma prótese que ela pudesse nadar, que ela pudesse pegar um banho de mar, e não ter perigo, porque algumas próteses não podem entrar na água, que ela não tivesse que tirar ao entrar no banheiro e tomar um banho, então todas essas configurações ela pesquisou, por isso que chegamos nesse valor de 180 mil”, justifica. A caçula do casal, Reinaldo e Sulamita, ainda passa por sessões de quimioterapia, e realiza os preparativos para receber a prótese, que provavelmente acontecerá daqui a 6 meses e a família tem esse prazo para conseguir arrecadar o valor necessário. “Pra receber a prótese, o enfaixamento e tudo, demanda tempo. Ela vai iniciar, aqui no hospital mesmo, o trabalho de enfaixamento, de exercício, de fisioterapia, pra ela voltar a andar. E isso o hospital vai disponibilizar uma prótese provisória pra ela, pra poder treinar o andar, a marcha, essas coisas. E aí, ao final do tratamento, é que nós vamos pra São Paulo fazer a compra da prótese definitiva pra ela”, disse o pai. O enfaixamento do coto (parte restante de membro do corpo humano amputado), é uma etapa crítica no processo de reabilitação após a amputação, essencial para moldar o coto, controlar o inchaço e promover a cicatrização. Segundo o pai, a adolescente que ficou conhecida como a “menina do cabelo azul” no Hospital do Amor, devido a cor de seus cabelos ao iniciar o tratamento, sonha em ter um futuro, onde esse momento vivido agora, se tornará apenas uma lembrança para contar aos filhos e netos. O pai diz que Ana Caroline ama ouvir músicas e dançar e com sua fé inabalável, acredita que é questão de tempo até estar curada. “Essa doença, que lhe causou a amputação de sua perna direita, não a impedirá de realizar seus sonhos”, afirma Reinaldo. Para ajudar a aquisição da prótese, a família pede doações através do pix da jovem: (68) 99958-9582 – Ana Caroline de Albuquerque Borges. Jovem antes do tratamento era conhecida como a menina dos cabelos azuis no Hospital do Amor — Foto: Arquivo pessoal Vídeos: g1