Conforme a delegada Joyce Coelho, a investigação em torno do caso começou em maio daquele ano, quando a Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) recebeu um Boletim de Ocorrência (BO) noticiando que a criança havia sofrido maus-tratos após passar um fim de semana na casa do autor. “A criança relatou para a mãe que a madrasta pisava na barriga dele, e o corrigia agredindo com cinto e ripa. As agressões ocorriam sempre quando o pai estava fora de casa. Nós fizemos esse BO tipificando inicialmente como maus-tratos, no entanto, a questão da violência que acontecia dentro de casa foi ficando cada vez mais complexa”, contou a delegada. Mesmo já instaurada a primeira investigação de maus-tratos, a criança retornou no dia 3 de junho para novamente passar uns dias na casa do genitor e deveria retornar para a residência da mãe no dia 5 do mesmo mês, mas nesse período aconteceu o primeiro episódio grave de violência. O menino teria engolido uma moeda, que foi expelida com bastante sangue. A criança, então, passou mal e foi levada ao pronto-socorro. No entanto, o pai não contou para a mãe e não devolveu a criança na data marcada. Alguns dias depois, o menino desfaleceu e foi levado a uma unidade hospitalar já em parada cardiorrespiratória. A madrasta relatou que ele teria caído, estava roxo e sem respirar. Posteriormente, ficou constatado que a demora para levá-lo ao hospital foi responsável pelas sequelas que ele ficou. A partir desse momento, a criança foi reanimada e entubada, após isso ficou na UTI. Investigação Madrasta e pai são presos por torturar criança de 4 anos em Manaus No dia 14 de junho de 2022, a polícia recebeu um novo BO dando notícia de que o socorro havia demorado e que o menino estava sozinho com a madrasta. Também foi mencionado que haviam retirado outro objeto semelhante a uma tampa de pasta de dente da via respiratória dele, além do mesmo apresentar hematomas em diversas partes do corpo. Posteriormente, em escuta especializada, um outro menino que é irmão da vítima, contou que presenciou as agressões e relatou também sofrer maus-tratos pela madrasta. Baseado nisso, a polícia pediu a prisão preventiva dos dois, a madrasta pela ação e o pai pela omissão, tipificando esse delito como tortura. De acordo com a delegada, no dia 15 de junho daquele ano, durante a Operação Acalento 1, o casal foi preso. Nessa ocasião, ambos foram indiciados por tortura com agravante da lesão corporal grave. O procedimento foi encaminhado à Justiça, mas ao término do prazo da prisão, ambos passaram a responder em liberdade. “Esse processo evoluiu, foram coletadas todas as provas e encaminhadas para o Tribunal do Júri e o Ministério Público do Amazonas (MP-AM) que, após aditar a denúncia, também fez a representação da prisão preventiva de ambos, tendo a ordem judicial sido decretada no dia 22 de setembro de 2023”, explicou Joyce. Desde então as equipes policiais vinham realizando diligências para capturar o casal. Eles foram localizados e presos em um ramal nas proximidades da rodovia AM-070, no município de Iranduba. Vídeos mais assistidos do Amazonas