Com 65,8 mil casos, Campinas atinge a maior epidemia de dengue da história da cidade

Com 65,8 mil casos, Campinas atinge a maior epidemia de dengue da história da cidade

O número superou a marca de 2015, de 65.754 contaminados, que era o índice mais alto de registros da doença até então. Veja abaixo a linha do tempo: Pico da doença A cidade soma 14 mortes por dengue neste ano – abaixo ainda dos 22 óbitos de 2015. De acordo com o Departamento de Vigilância Epidemiológica (Devisa), Campinas vive o pico da doença. No período entre 31 de março e 6 de abril (semana epidemiológica 14), a cidade registrou o maior volume de pessoas infectadas na série histórica em sete dias: 8.084 casos. O painel é atualizado em tempo real. Veja, abaixo, o gráfico com dados atualizados até esta sexta: Por característica das epidemias de dengue, o mês de abril concentra o maior número de casos e a expectativa dos especialistas é que Campinas, assim como outros locais do Brasil, após atingir o pico, entre em um platô e registre redução de infectados a partir de maio. Nesse quesito, a questão climática tem muita influência. A chegada dos dias mais frios é responsável pela diminuição da “voracidade” do mosquito, explica o infectologista da prefeitura, André Ribas. “O padrão do nosso outono é justamente de dias quentes ainda, mas com noites um pouco mais frias, e a voracidade do mosquito tende a diminuir. Com o frio, ele diminui a atividade, a taxa de reprodução, e a tendência é que a partir dos próximos meses, ocorra diminuição da infestação”, explica. Ações Estatísticas do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) mostram que 80% dos criadouros estão nas residências. No entanto, ações como a soltura de mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia, já adotada em alguns municípios brasileiros, “é uma alternativa interessante”. Diante do interesse da cidade, o governo federal se compromoteu a informar os interessados quando houver a abertura de novos projetos, que dependem, ainda, do aumento da capacidade produtiva da Fiocruz. Fiocruz solta Aedes aegypti com Wolbachia — Foto: Reprodução/TV Globo O médico infectologista destaca também o uso de vacinas contra a dengue como estratégia que possa surtir efeito nos próximos anos, quando houve uma oferta mais ampla e novos imunizantes disponíveis. “A questão do controle dos criadouro é fundamental, e a vacina vai ajudar, para o próximo ano vai estar mais amplo, este ano foi muito em cima, praticamente não teve um tempo para aquisição grande, além da logística de produção. Acredito que tenhamos novas vacinas aprovadas, existe expectativa também de uma vacina contra a chikungunya, que é mais grave que a dengue”, pontua. Hospitalizações e sintomas De acordo com o painel, 2,4% dos casos registrados demandaram internações, tanto na rede pública quanto privada da cidade. Entre os sintomas, febre (94,8%), dor de cabeça (72,3%) e dores no corpo (70%) são as queixas mais comuns de quem testa positivo para a doença na cidade. Vacina contra dengue — Foto: Roberto Carlos/Secom Estado de emergência Entre as ações, estão direcionamento de recursos financeiros e agilidade na compra de insumos, soro e materiais para nebulização, além de pagamento de horas extras e eventual contratação de efetivo para reforçar a assistência. Quando procurar atendimento? Antes, a recomendação da prefeitura era que os moradores procurassem atendimento médico quando o paciente apresentasse febre e mais dois sintomas associados, como dor de cabeça, dor no corpo, náusea, vômito, manchas no corpo, dor articular e dor atrás dos olhos. Já os pacientes que, além da febre, apresentarem tontura, dor abdominal intensa, vômitos frequentes, suor frio e sangramentos devem recorrer a um pronto-socorro ou Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Pela primeira vez na história, circulam três sorotipos simultâneos na cidade: 1, 2 e 3. A Secretaria de Saúde destaca que os moradores não devem subestimar os sintomas. Andrea von Zuben, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), de Campinas (SP), apresenta dados de dengue em encontro com representantes do Ministério da Saúde. — Foto: Carlos Bassan A Secretaria de Saúde defende que desde dezembro de 2023 colocou em prática “uma série de medidas consideradas adicionais, sobre o planejamento regular de prevenção e combate à dengue”, que inclui uma “Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e novo site para divulgar informações”. Orientações à população 🌡️ A dengue causa febre alta e repentina, dores no corpo, manchas vermelhas na pele, vômito e diarreia, resultando em desidratação. Veja algumas das medidas de prevenção: Utilize telas de proteção com buracos de, no máximo, 1,5 milímetros nas janelas de casa;Deixe as portas e janelas fechadas, principalmente nos períodos do nascer e do pôr do sol;Mantenha o terreno limpo e livre de materiais ou entulhos que possam ser criadouros;Tampe os tonéis e caixas d’água;Mantenha as calhas limpas;Deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo;Mantenha lixeiras bem tampadas;deixe ralos limpos e com aplicação de tela;Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia;Limpe com escova ou bucha os potes de água para animais;Limpe todos os acessórios de decoração que ficam fora de casa e evite o acúmulo de água em pneus e calhas;Coloque repelentes elétricos próximos às janelas (o uso é contraindicado para pessoas alérgicas);Velas ou difusores de essência de citronela também podem ser usados;Evite produtos de higiene com perfume porque podem atrair insetos;Retire água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa. Larva do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue e da chikungunya — Foto: Rogério Capela/Divulgação VÍDEOS: saiba tudo sobre Campinas e Região

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