Atuando há 20 anos em causas sociais, a advogada é cofundadora do coletivo “Mulheres pela Justiça”, que oferece apoio jurídico a mulheres vítimas de qualquer tipo de violência. Ao g1, Cremasco destacou a importância de casos como o dos próprios filhos e da filha de Samara Felippo repercutirem nacionalmente. As pessoas brancas não reconhecem que são racistas, porque é feio se reconhecer enquanto criminoso. Racismo é crime, e ninguém quer se reconhecer racista. Tomar proporções faz com que as pessoas comecem a refletir sobre o quanto a gente propaga e reproduz violência racial no nosso país. — Thaís Cremasco, advogada de Samara Felippo Relembre o caso Prints mostram mensagens preconceituosas compartilhadas em grupo de estudantes de colégio particular de Valinhos — Foto: Reprodução/EPTV “Esse caso [de Valinhos] tomou uma repercussão até internacional, e a Samara [Felippo] me conheceu por causa desse caso. Quando ela me procurou, ela me procurou por conta dessa expertise específica nesse caso dos meus filhos”, explica a advogada. Quando as expulsões aconteceram, a escola alegou “consternação e indignação com o conteúdo de caráter racista, antissemita e misógino” das mensagens e disse repudiar todas as formas de discriminação e preconceito. “O Colégio reforçará suas práticas antirracistas, de conscientização e respeito à diversidade, em todos os campus, abordando o assunto de forma ainda mais contundente em suas pautas cotidianas, com iniciativas envolvendo a comunidade escolar, inclusive com apoio de consultoria especializada, para procurar evitar a reincidência de uma situação gravíssima e inadmissível como essa”, informou à época. Família de aluno que denunciou grupo com mensagens de ódio conta outros casos de racismo em escola de alto padrão de SP Ofensa em caderno Segundo Samara e o colégio, duas alunas do 9° ano pegaram um caderno da garota, que é negra, arrancaram as folhas e escreveram uma ofensa de cunho racial em uma das páginas. Na sequência, o caderno foi devolvido aos achados e perdidos. “Todas as páginas, de um trabalho de pesquisa, elaborado, caprichado, valendo nota, feito por ela, foram arrancadas violentamente e dentro do caderno havia a frase [racista]. O caderno já está em minhas mãos e um novo caderno já foi dado a minha filha”, relatou Samara em uma carta a um grupo de pais da escola. “Ainda estou digerindo tudo e talvez nunca consiga, cada vez que olho o caderno dela ou vejo ela debruçada sobre a mesa refazendo cada página dói na alma. Choro. É um choro muito doído. Mas agora estou chorando de indignação também”. De acordo com Cremasco, a expectativa é que as estudantes responsáveis pelas ofensas racistas sejam devidamente punidas e expulsas da instituição de ensino. “O que a gente espera não é vingança, é justiça, a gente espera que, de fato, elas sejam punidas com a gravidade, a mesma gravidade que acontece com a punição de adolescentes pretos e periféricos no nosso país. É injusto que esse caso seja tratado de uma forma diferente”, destaca a advogada. A atriz Samara Felippo e as duas filhas, fruto da relação com o jogador de basquete Leandrinho — Foto: Reprodução/Instagram VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região
Advogada de Samara Felippo denunciou racismo contra os próprios filhos em escola no interior de SP; veja quem é
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