Em janeiro de 2024, a ASCO (American Society of Clinical Oncology) e a Sociedade de Oncologia Cirúrgica (SSO) divulgaram novas diretrizes que podem mudar a forma como pacientes com câncer de mama são tratadas. Essas diretrizes fornecem orientações claras sobre quem deve realizar testes genéticos e quando eles devem ser feitos. As novas diretrizes recomendam que todos os pacientes recém-diagnosticados com câncer de mama, com idade até 65 anos, devem considerar fazer o teste genético para as mutações nos genes BRCA1/2. Além disso, mesmo pacientes com mais de 65 anos podem se beneficiar do teste, dependendo de sua história pessoal, história familiar, ancestralidade ou elegibilidade para terapia específica. Uma das mudanças mais significativas é a recomendação de oferecer o teste genético para todas as pacientes com câncer de mama recorrente/recidivado que são candidatas a uma terapia específica com inibidores de PARP, independentemente da história familiar. Outra recomendação importante é oferecer o teste genético para mulheres que desenvolvem um segundo câncer primário na mesma mama ou na mama contralateral. Isso pode ajudar na identificação precoce de mutações genéticas que podem aumentar o risco de câncer em outras áreas do corpo. Para pacientes com histórico prévio de câncer de mama, mas sem doença ativa, o teste genético também é recomendado, principalmente para aqueles diagnosticados até os 65 anos de idade. Esses testes podem ajudar a informar sobre o risco pessoal e familiar e orientar futuros tratamentos e cuidados. É importante ressaltar que o teste genético não se limita apenas aos genes BRCA1/2. Pacientes com histórico familiar significativo podem se beneficiar do teste de genes de suscetibilidade ao câncer de alta ou moderada penetrância, a ser discutido com o oncogeneticista. Essas novas diretrizes representam um avanço significativo no tratamento personalizado do câncer de mama. Oferecer testes genéticos mais abrangentes pode ajudar a identificar pacientes em maior risco e orientar os cuidados de saúde de forma mais eficaz. Se você ou um ente querido foi diagnosticado com câncer de mama, converse com seu médico sobre a possibilidade de realizar testes genéticos e como isso pode afetar seu tratamento e prognóstico. Dra. Miriam de Melo Melquiades | CRMMG 62.859 | Oncogeneticista — Foto: Solus Oncologia Miriam de Melo MelquiadesOncogeneticistaCRM-MG 62.859