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Os casos mais intrigantes de fuga do mundo

por Revista Oeste - Internacional
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O condenado Danilo Cavalcante “chocou” o mundo depois de sua fuga, por 14 dias nos Estados Unidos, quando conseguiu escapar do Condado de Chester. Cavalcante aproveitou a desatenção dos vigilantes e escalou uma parede no presídio. Então, teve de passar por uma cerca de arame farpado e ainda correr pelo telhado da instituição, até chegar à parte externa e fugir por completo.

O criminoso percorreu mais de 30 quilômetros, invadiu propriedades privadas e passou por áreas de mata para fugir do cerco policial, que chegou a mobilizar 500 agentes.

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🔴 Nos Estados Unidos, as autoridades divulgaram imagens da fuga do brasileiro Danilo Cavalcante de uma prisão na Pensilvânia. A procura pelo criminoso, de 34 anos, condenado à prisão perpétua por matar a ex-namorada, já dura uma semana. pic.twitter.com/dRzLJdbq8w

— Rany 🇧🇷 (@nt_rani) September 7, 2023

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O brasileiro foi capturado na quarta-feira 13, quando tentava se esconder em uma área de arbustos que servia de depósito para uma pilha de madeiras, e encaminhado à Instituição Correcional Estadual de Phoenix, uma prisão de segurança máxima no condado de Montgomery.

Danilo havia sido condenado à prisão perpétua por ter matado a ex-namorada Débora Brandão com 38 facadas. O crime ocorreu em 2021, na frente dos dois filhos pequenos da vítima. No entanto, este caso de fuga está longe de ser o primeiro desse tipo.

Confira, a seguir, algumas das mais famosas fugas dos EUA e mundo afora.

Fugas famosas e inusitadas

Ronald Biggs escapou da Justiça por 35 anos

Por mais de 35 anos, Ronald Biggs conseguiu se esquivar das autoridades do Reino Unido, quando foi condenado por uma participação no famoso assalto a um trem pagador.

Ronald Biggs esteve foragido no Brasil entre 1970 e 2001 | Foto: Reprodução/Flickr

Biggs se transformou no membro mais conhecido do grupo de assaltantes que, em 8 de agosto de 1963, roubou quase 3 milhões de libras (cerca de R$ 10 milhões). Em valores atualizados, o roubo é avaliado em mais de 40 milhões de libras (R$ 150 milhões). O comboio ia de Glasgow, na Escócia, para Londres.

Três semanas depois do assalto, ele foi preso com outros 11 membros do grupo. Em abril de 1964, Biggs tinha sido sentenciado a 30 anos de prisão. Porém, 14 meses depois do julgamento, o criminoso fugiu da prisão de Wandsworth com uma escada de cordas — que havia sido fabricada por ele mesmo.

Então foi a Paris, onde gastou 40 mil libras das 143 mil a que tinha direito depois do assalto. O dinheiro havia sido usado para uma cirurgia plástica e para a compra de documentos falsos. Mais tarde, Biggs viajou para a Austrália, onde viveu com sua mulher e os três filhos durante quatro anos.

Quando a Interpol começou a interrogar as autoridades locais sobre a presença de Biggs, ele fugiu para o Brasil, em 1970, com um passaporte falso. O criminoso permaneceu no Brasil até 2001, quando decidiu voltar para Inglaterra. Ao chegar lá, do aeroporto foi direto para a prisão, e ficou preso até 2009, quando as autoridades o soltaram por já ter cumprido um terço da pena e estar com problemas de saúde.

A provável fuga bem-sucedida de Alcatraz

Alcatraz é uma das prisões mais seguras e conhecidas do mundo, visto que está localizada em uma ilha para dificultar a fuga dos prisioneiros. Instalada em São Francisco, na Califórnia (EUA), o local registrou apenas uma suposta fuga bem sucedida até hoje. Considerada por muitos como a fuga mais impressionante de todos os tempos, o projeto ocorreu em 1962, pelos prisioneiros Frank Morris, Clarence Anglin e John Anglin.

Clarence Anglin, Frank Morris e John Anglin fugiram de Alcatraz e suas vidas permanecem em mistério | Foto: Reprodução/BBC

Os três criaram modelos de cabeças com papel higiênico, pasta de dente, cabelo humano e pó de concreto, e os colocaram em seus beliches para simular que estavam dormindo. O plano enganou o controle noturno dos guardas e os prisioneiros ganharam tempo para escapar. Então, o trio cavou uma pequena abertura na parte de trás da cela e fugiram em um túnel. Depois, deixaram o prédio da prisão e tentaram sair da ilha a bordo de botes improvisados.

Inmates Who Escaped from Alcatraz 60 Years Ago:
On the morning of June 12, 1962, guards discovered the three inmates, Frank Morris, Clarence Anglin and John Anglin missing from their beds. In their place were dummy heads made of plaster, flesh-tone paint and real human hair. pic.twitter.com/Pxj1QOLoES

— EzraEfrat 🇺🇸💬 (@EzraEfrat) November 17, 2022

À época, as autoridades afirmaram que durante a tentativa de deixarem a ilha, os prisioneiros teriam morrido nas águas da baía de São Francisco. Há relatos de pessoas que dizem tê-los visto na costa, e há até alguns que garantem que os fugitivos estão vivos até hoje. A história inspirou o filme Escape from Alcatraz, 1979, de Clint Eastwood.

“El Chapo” e suas intrigantes fugas

Em 2019, o governo norte-americano afirmou que Joaquín “El Chapo” Guzmán tornou-se o maior narcotraficante do planeta depois da morte do colombiano Pablo Escobar.

O criminoso foi responsável pela importação — ou tentativa de importação — de cerca de mil toneladas de cocaína, 1,44 mil tonelada de base de cocaína, mais de 220 quilos de heroína, quase 50 toneladas de maconha e “quantidades” de metanfetaminas para os Estados Unidos, durante 25 anos.

Retrato de quando El Chapo foi capturado novamente em 2017 | Foto: Divulgação/DEA

Leia também: “STJ anula pena de traficante condenada a quase 7 anos de prisão”

El Chapo havia sido capturado pela primeira vez em 1993, na Guatemala, e sentenciado a 20 anos de prisão por tráfico de drogas e assassinato. À época, os policiais o capturaram na fronteira do país. Segundo o programa norte-americano Narcotics Rewards Program, El Chapo subornou os guardas da prisão federal de segurança máxima — o que acabou possibilitando sua fuga em 2001.

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Depois, Joaquín foi novamente capturado, em 2014, e esteve na prisão de segurança máxima de Altiplano, no México, até realizar sua “mais impressionante fuga”. As autoridades policiais informam que El Chapo conseguiu escapar da prisão por meio de um túnel subterrâneo com cerca de 1,5 quilômetros de extensão, em 11 de julho de 2015.

De acordo com o canal BBC, a passagem por onde ele escapou tinha sido cavada logo abaixo do chuveiro de um dos banheiros do presídio. Quando sua ausência foi confirmada, os seguranças invadiram o banheiro e viram um painel falso em um dos chuveiros, que escondia a entrada para o túnel. A passagem surpreendeu os agentes, visto que havia uma sofisticada instalação, que contava com um sistema de iluminação e ventilação próprias.

Grupo de prisioneiros que fugiu com pasta de amendoim nos EUA

Em 2017, doze presos escaparam de uma prisão no Alabama, Estados Unidos, com a ajuda de pasta de amendoim — utilizada para enganar um guarda —, conforme a BBC. Os homens conseguiram confundir um funcionário novo ao cobrir de pasta de amendoim o número de uma porta da cadeia.

Em vez de abrir a porta de uma cela para que os detidos entrassem, o agente recém-chegado abriu a porta de saída. Então, os presos usaram seus uniformes laranjas e cobertores para passar por uma cerca de arame farpado. No entanto, a polícia recapturou todos os 12 fugitivos. Onze homens foram levados sob custódia 12 horas depois da fuga da prisão. O último foragido, Brady Andrew Kilpatrick, de 24 anos, só foi detido dias depois em Tequesta, na Flórida.

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