Quando sofrem uma crise cardíaca em um espaço público, as mulheres têm menos chances de receber uma massagem cardíaca do que os homens, o que aumenta a porcentagem de mortes entre o público feminino, aponta um estudo divulgado nesta segunda-feira (18). A reanimação cardiorrespiratória combina respiração boca a boca com compressões no tórax para bombear o sangue até o cérebro em pessoas com parada cardíaca, até a chegada de uma equipe médica. No contexto de um estudo ainda não revisado por outros profissionais e que será apresentado em uma conferência na Espanha, médicos canadenses analisaram o tratamento recebido por quase 40 mil pacientes que deram entrada em hospitais com parada cardíaca nos Estados Unidos e no Canadá. Um total de 54% dos pacientes receberam massagem cardíaca de uma testemunha, segundo a pesquisa, mas, nos casos que ocorreram em locais públicos, 61% das mulheres receberam a massagem, contra 68% dos homens. “Essa diferença aumenta a mortalidade das mulheres após um ataque cardíaco”, explicou à AFP o médico Alexis Cournoyer, responsável pelo estudo, que atende emergências no hospital Sacré-Coeur, em Montreal. Os pesquisadores apontam duas possíveis causas dessa diferença. Uma delas é que as testemunhas têm vergonha de tocar no peito de uma mulher sem o consentimento da mesma. A outra tese é de que a população não reconhece as mulheres como vítimas de ataque cardíaco, uma vez que esses incidentes costumam ser erroneamente relacionados apenas à população masculina. A parada cardíaca é uma das principais causas de mortalidade no mundo. Apenas cerca de 10% das pessoas que a sofrem fora de um hospital sobrevivem, segundo os pesquisadores.