A repórter Bette Lucchese conversou com exclusividade com a mãe de Daniel Proença, o sobrevivente dessa tragédia. E mostra imagens inéditas da noite de horror (veja no vídeo acima). “Você acredita em milagre? Foi um milagre, pode ter certeza”, diz Márcia Proença. Ela aceitou receber a equipe do Fantástico no Hospital Samaritano, na Barra, onde o filho permanece internado. Márcia soube do ataque quando estava em casa, na cidade de Mogi das Cruzes, perto da capital paulista. O coração só aquietou ao ver o filho. Fantástico: Qual foi a primeira palavra que ele disse pra senhora? Márcia Proença: ‘Mãe’. E começou a chorar. “Mãe, meus amigos morreram”. Marcos de Andrade Corsato, Daniel Sonnewend Proença, Diego Ralf Bomfim e Perseu Ribeiro Almeida — Foto: Reprodução A partir daí, Márcia relembra o que Daniel contou no leito da UTI. “Eles estavam no quiosque tomando uma cerveja, relembrando e falando sobre o futuro. Perseu falando que precisava trabalhar bastante porque tinha duas crianças pequenas, aquele senhor falando que o filho dele, o último, ia casar e depois ele disse que ia dar uma diminuída, ia aposentar. E quando um deles olhou no relógio, falou ‘gente é quase uma hora, nós precisamos ir embora’”. “Falaram pra mim, ‘seu filho estava no lugar errado’. Eu falei: ‘Não. Meu filho estava no lugar certo, estava com os amigos, tomando uma cerveja, estavam comemorando. Ele estava no lugar certo’”, diz Márcia. A trama que resultou na morte de médicos inocentes é mais um capítulo de uma guerra que se intensificou no último ano na região de Jacarepaguá, na Zona Oeste. De um lado traficantes, do outro milicianos, que disputam territórios. O ataque aos médicos acontece num momento em que o governo do estado e o governo federal discutem um novo plano de segurança pública para o Rio. E mais uma vez, prometem soluções. Ouça os podcasts do Fantástico
