Rafael sofreu ferimentos leves e acredita ter sido salvo pelo cinto de segurança. “Os meus ferimentos foram apenas ferimentos de corte e do impacto da queda. Como eu estava de cinto, o meu abdômen ficou muito pressionado, mas o cinto me salvou. Se não fosse o cinto, eu teria sido arremessado, porque as duas cadeiras da minha frente se soltaram, arrebentaram e caíram em cima das pessoas, prendendo as vítimas dentro do ônibus”. “Quando eu cheguei no ônibus, vi que ia sentar do lado dele. Mas como a gente estava em poltronas próximas do banheiro, fui para o banco da frente. A gente conversou um pouco, muito rápido mesmo, sobre a viagem, expectativa de quanto tempo que ia demorar e que o ônibus parecia ser confortável, mas que ele era um ônibus velho, não parecia ser um ônibus novo. Então eu fui para o banco da frente, e ele ficou de lado, só que atrás”. O jornalista também recorda que foi o primeiro a conseguir deixar o ônibus, subir o abismo e pedir socorro às margens da estrada. Confira o vídeo que mostra o resgate. Vídeo mostra resgate de passageiros de ônibus de turismo que tombou na BR-040 Mineiro estava com amigos no show do The Weeknd Rafael, que mora em Belo Horizonte, foi ao Rio de Janeiro para acompanhar o show do canadense The Weeknd, no Estádio Nilton Santos. “Todos os meus amigos voltaram no domingo. Eu tinha passagem para segunda-feira de manhã, mas comprei outra passagem na Buser para voltar à noite, pois eu precisava trabalhar já na terça-feira de manhã”. Rafael Lopes Rodrigues estava no Rio de Janeiro e voltava para BH no ônibus da Buser — Foto: Rafael Lopes Rodrigues Ele disse não ter percebido nada de diferente na viagem até o momento do acidente. Minutos antes do ônibus sair da pista, ele, inclusive, tentou ir ao banheiro. “Eu tinha ido ao banheiro, mas como o ônibus estava balançando muito, não conseguia fazer xixi. Aí eu pensei que estava próximo da parada que seria em Juiz de Fora, e voltei para o meu banco. Quando eu voltei para o meu banco, eu coloquei meu cinto e minha cobertinha para me cobrir e fui tentar dormir. Assim que eu fechei os olhos, o ônibus começou a virar”. Mesmo ferido no pé, ele foi o primeiro a subir o barranco e pedir socorro na rodovia. “Peguei o telefone e comecei a gritar com a lanterna, até que um caminhoneiro conseguiu parar. Também chegou um cara de ônibus, que pegou uma corda e começou a puxar os feridos mais leves para cima”, disse. Muito emocionado ao telefone, ele lamentou a tragédia. “Foi uma situação horrível. Não desejo para ninguém. E a empresa ter enviado R$ 15 reais de desconto para poder comprar outra passagem, logo após a gente ter quase morrido, foi uma sem classe desnecessária”. O g1 procurou a Buser, para saber se a empresa se pronunciaria a respeito do atendimento pós-acidente, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem. Ao menos 4 vítimas ainda internadas Conforme atualizações da Secretaria de Saúda de Prefeitura de Juiz de Fora, quatro pessoas seguem internadas no Hospital de Pronto Socorro Dr. Mozart Teixeira (HPS), todas com quadro estável. Ao todo, dezoito pessoas foram levadas para a unidade. Outros feridos também foram conduzidos para a Maternidade Therezinha de Jesus, também em Juiz de Fora, mas a unidade não informa o estado de saúde dos pacientes. O acidente Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o ônibus ia do Rio de Janeiro para Belo Horizonte, quando, no km 822 da BR-040, passando por Simão Pereira, o motorista perdeu o controle do veículo, que tombou e, em seguida, desceu o barranco às margens da rodovia. Ônibus caiu em barranco na BR-040, em Simão Pereira — Foto: Rodrigo Souza/TV Integração Três viaturas do Corpo de Bombeiros e 10 militares participaram do socorro às vítimas, além das polícias Militar e Rodoviária e Concer, concessionária que administra o trecho da BR-040 entre Rio de Janeiro e Juiz de Fora. Conforme a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o veículo da empresa Diretriz Locações e Transportes LTDA é habilitado, tinha licença cadastrada, mas para realizar viagens de fretamento. Neste caso, o transporte entre Rio e BH era considerado clandestino. A Buser, no entanto, afirmou que não havia nenhuma irregularidade na viagem realizada pela parceira — a Diretriz. VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campos das Vertentes