O pesquisador e professor universitário Michel Gherman deixou uma palestra na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), nesta terça-feira, dia 10, após discussão com estudantes sobre a guerra entre o grupo terrorista Hamas e Israel, iniciada no último sábado, dia 7. “Não tem condição. Eu vou embora, vocês [alunos] ganharam”, disse o professor, saindo da sala. O encontro debatia as impressões a respeito da crise no Oriente Médio e a confusão começou quando a plateia começou a fazer perguntas. O vídeo compartilhado nas redes sociais corta no momento do bate-boca. A palestra foi transmitida ao vivo pela universidade, mas já foi excluída do canal do departamento de relações internacionais. Gherman é professor de sociologia e coordenador do núcleo interdisciplinar de estudos judaicos no instituto de história da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Ele foi convidado para participar da roda de conversa pelo Instituto de Relações Internacionais (IRI), que organizou o evento. • Clique aqui e receba as notícias do R7 no seu Whatsapp• Compartilhe esta notícia pelo WhatsApp• Compartilhe esta notícia pelo Telegram O debate teve mediação da professora de relações internacionais Monica Herz e tinha mais dois convidados além de Gherman: Márcio Scalercio, docente do mesmo departamento, e Nizar Messari, da Al Akhawayn University, de Marrocos. Após condenar os ataques do grupo extremista a Israel, Gherman tentou explicar as consequências aos palestinos, mas foi atacado verbalmente pelos alunos. Em outro vídeo, no qual Gherman não aparece, uma aluna, que disse ser judia, discutiu com a mediadora e afirmou que os alunos judeus ali presentes não se sentem representados por Gherman. A mediadora declarou que também é judia e disse que a discussão é acadêmica. “Sou judia também, entendo a sua dor, mas essa é uma discussão acadêmica. Ele [Gherman] não está aqui representando ninguém. Ele está aqui como professor, elucidando um tema”, afirmou a professora. Em nota, a reitoria da universidade ressaltou a importância do diálogo e o instituto do curso repudiou os atos dos estudantes. Confira o texto na íntegra: “O Instituto de Relações Internacionais repudia as tentativas de impedir qualquer debate acadêmico e lamenta as agressões manifestadas hoje, dia 10 de outubro, durante o debate de conjuntura organizado pelo IRI. O IRI assume total responsabilidade pelo evento, por acreditar na importância do diálogo, ainda mais sobre um tema tão relevante. Lamentamos profundamente pela tristeza que as agressões praticadas certamente causaram a muitos presentes. Entendemos que a universidade é um lugar de escuta e expressão de diferenças e acreditamos na importância de preservar espaços de troca e no respeito mútuo, pelo que seguiremos dispostos ao diálogo.” Confira abaixo os vídeos que circulam nas redes: VEJA: Enem 2023: do AI-5 ao Holocausto, professora lista sete fatos históricos que podem cair no exame
