O g1 teve acesso a um documento de aplicação de medida protetiva de acolhimento institucional do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), que detalha que o menino deu entrada na escola com um hematoma em seu olho esquerdo. Ao ser questionado, a vítima relatou que havia apanhado de seu avô paterno “em sua face, pernas e nádegas”. A direção da escola acionou o Conselho Tutelar, que registrou o caso como maus-tratos na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA). Ainda segundo o documento, o conselheiro tutelar procedeu ao acolhimento emergencial do protegido. Sthepanie de Jesus da Silva e Christian Campoçano Leitheim durante audiência do caso Sophia — Foto: Jéssica Benitez De acordo com o documento, no dia 15 de agosto, o avô se excedeu nos meios de correção, agredindo-o fisicamente, ocasionando-lhe hematomas nos membros superiores e inferiores. A agressão contou com a conivência da avó paterna. Segundo o documento do MPMS, a mãe do menino não contribui com a educação e sustento do filho. “Não bastasse, ela possui histórico de violência doméstica praticada contra familiares, não possuindo condições para o exercício da guarda”. Caso Sophia Sophia morreu aos 2 anos. — Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução Trinta atendimentos antes de morrer. Socorrida já morta. Mãe e padrasto presos. Relato de homofobia contra o pai, que tentava a guarda. Os desdobramentos do caso Sophia mostraram que a menina era vítima frequente de violência, mas as autoridades não conseguiram agir a tempo de evitar a sua morte. Sophia Jesus Ocampos, de 2 anos, morreu no dia 26 de janeiro de 2023. Ela foi levada já sem vida pela mãe à UPA do Bairro Coronel Antonino. Segundo o médico legista, o óbito havia ocorrido cerca de sete horas antes. Em depoimento, a mãe confirmou que sabia que a menina estava morta quando procurou a unidade de saúde. O laudo de necropsia do corpo da menina, emitido pelo Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL), apontou que a causa da morte foi por traumatismo na coluna cervical e confirmou que Sophia foi estuprada. A declaração de óbito aponta que a causa da morte foi por um trauma na coluna cervical, que evoluiu para o acúmulo de sangue entre o pulmão e a parede torácica. O documento ainda diz que a menina sofreu “violência sexual não recente”. Stephanie de Jesus Da Silva e Christian Campoçano Leitheim, mãe e padrasto de Sophia, estão presos pelos crimes de homicídio qualificado e estupro de vulnerável. Veja vídeos de Mato Grosso do Sul:
Filho de acusado de matar menina Sophia é levado para abrigo após levar cintada no rosto durante ‘correção’ do avô paterno
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