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Reservas internacionais garantem estabilidade mesmo com ‘maluco’ na Presidência, diz Lula

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira (7) que as reservas financeiras internacionais do Brasil garantem a estabilidade econômica do país mesmo quando um “maluco” ocupa a Presidência da República. O petista não citou o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas fez críticas ao “governo passado”. As declarações de Lula foram feitas na abertura do 6º Fórum Brasil de Investimento, no Palácio Itamaraty, em Brasília. De acordo com o governo federal, as reservas internacionais brasileiras cresceram US$ 15,8 bilhões nos três primeiros meses deste ano — cerca de R$ 76,9 bilhões. “Foi muita alegria quando conseguimos os primeiros US$ 100 bilhões em reservas internacionais [em 2007]. A reserva é responsável pela estabilidade política e econômica deste país. Mesmo quando tiver um maluco governando este país, essa reserva garantirá estabilidade para que a economia não desmorone”, afirmou o petista. • Clique aqui e receba as notícias do R7 no seu WhatsApp • Compartilhe esta notícia pelo WhatsApp • Compartilhe esta notícia pelo Telegram • Assine a newsletter R7 em Ponto As reservas internacionais são mantidas pelo Banco Central em dólares para proteger o país de instabilidades na economia mundial. Com o dinheiro, o Brasil pode garantir investimentos suficientes para que empresas nacionais fechem acordos comerciais no exterior em momentos de crise. Lula declarou ainda que “o governo passado é coisa do governo passado”. “Restabelecemos a democracia, e não estamos fazendo caça às bruxas. Tenho que pensar no futuro deste país. Por isso, a Caixa e o Banco do Brasil vão voltar a fazer o que sabem fazer para o dinheiro circular na mão do povo brasileiro. O BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] vai voltar a ser um banco de desenvolvimento e restabelecer a possibilidade de emprestar dinheiro com taxa de juros baixa e em longo prazo. Meu sonho não é fazer política social para os pobres, é ter uma sociedade com padrão médio de consumo”, destacou.  Meta fiscal Depois de embates entre integrantes do governo sobre a meta fiscal de 2024 nas últimas semanas, o presidente garantiu aos empresários que o país terá estabilidade fiscal. No fim de outubro, durante um encontro com a imprensa, o petista declarou que “dificilmente” o déficit das contas públicas será zero em 2024. Dias depois, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu que vai adiantar medidas que seriam tomadas apenas no ano que vem para alcançar o objetivo. O ministro, no entanto, não afirmou se a estratégia é suficiente para sustentar as projeções. “Vamos garantir estabilidade política, social, jurídica e fiscal. Queremos garantir a possibilidade de vocês colocarem a inteligência empresarial para que este país cresça cada vez mais”, declarou Lula. Ele também pediu a união dos empresários. “Queria conclamar os empresários brasileiros a acreditarem que não podemos permitir que o ódio se restabeleça neste país. Somos um país de paz, alegre, onde as pessoas fazem festa e gostam de futebol e de música. As pessoas não aprenderam a ter ódio neste país, com ódio a gente não faz nada. Quem semeia ódio colhe tempestade, quem semeia amor colhe bonança”, continuou. Economia sustentável O presidente também afirmou que o Brasil é o país ideal para o investimento de iniciativas sustentáveis. “Sabemos quanto os Estados Unidos estão colocando de dinheiro para financiar a nova matriz energética. Nós não vamos subsidiar, vamos incentivar. Se depender da vontade do nosso governo, quem quiser produzir verde não precisa procurar, tem um lugar chamado Brasil, em que a natureza nos garante competitividade, sol, água e a possibilidade de se transformar no maior país produtor de energia limpa e renovável do planeta. O Brasil só precisa acreditar nele mesmo”, declarou.  Lula defendeu a participação da iniciativa privada nos investimentos. “No nosso governo, não vamos tentar vender a cama para dormir no chão. Não vamos vender ativos públicos, vamos fazer com que se tornem competitivos e compartilhem relação com a iniciativa privada. A gente não precisa diminuir o Estado para valorizar a iniciativa privada. Se o Estado não se meter, mas se colocar como condutor do desenvolvimento, podemos ter o Estado fazendo investimento sadio para que a gente possa crescer”, afirmou o presidente.  O petista ainda exaltou o papel dos bancos públicos e declarou que “vamos usar os bancos públicos não para prejudicar os privados, mas para oferecer juros mais baratos e de longo prazo para que a indústria brasileira se transforme definitivamente numa indústria competitiva. Na crise de 2008, este país não quebrou por causa dos bancos públicos”. Meio ambiente Lula também defendeu a harmonia entre economia e sustentabilidade, com destaque para o agronegócio. “A gente não tem que menosprezar a agricultura, tem que lembrar quanta tecnologia e genética têm num grão de soja hoje, na criação de gado. A gente está produzindo muito mais e em muito menos terra, não precisamos da mesma quantidade de terra para dobrar a produção. A genética e a tecnologia nos ensinam: é apenas usar a inteligência”, afirmou. Para Lula, o mundo está percebendo que a questão do clima não é “coisa de professor da USP [Universidade de São Paulo] e de jovem desvairado”. “O planeta está dando aviso. É o recado que a gente está vendo nos ciclones, nos furacões e na seca”, alertou o presidente. 

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