O Conselho de Segurança das Nações Unidas deve votar ainda nesta quarta-feira (15) uma proposta de resolução para determinar pausas humanitárias urgentes e estendidas nos conflitos, bem como corredores em toda a Faixa de Gaza por vários dias, a fim de permitir o acesso à ajuda, informaram diplomatas.
Alguns deles afirmaram esperar que o conselho de 15 membros aprove a resolução, embora alguns países provavelmente se abstenham. Uma resolução precisa de pelo menos nove votos a favor e nenhum veto dos Estados Unidos, da Rússia, da China, da França ou do Reino Unido.
Esta será a quinta tentativa de ação do conselho desde que terroristas do Hamas atacaram Israel, em 7 de outubro, matando 1.200 pessoas e fazendo 240 reféns.
A resposta de Israel envolve a eliminação dos extremistas do Hamas, que governam Gaza desde 2007.
O Conselho de Segurança tentou agir quatro vezes em duas semanas de outubro — a Rússia falhou duas vezes em obter os votos mínimos necessários, os Estados Unidos vetaram uma resolução redigida pelo Brasil, e Rússia e China vetaram uma resolução redigida pelos EUA.
O impasse tem se centrado principalmente em estabelecer uma pausa humanitária ou um cessar-fogo. Uma pausa é geralmente considerada menos formal e mais curta do que um cessar-fogo, que precisa ser acordado pelas partes em conflito.
A resolução a ser votada mais tarde nesta quarta-feira, redigida por Malta, “pede pausas humanitárias urgentes e prolongadas e corredores em toda a Faixa de Gaza por um número suficiente de dias para permitir […] acesso humanitário completo, rápido, seguro e sem impedimentos”.
O texto exige conformidade com o direito internacional, especificamente a proteção de civis, especialmente crianças.
Também pede a libertação imediata e incondicional de todos os reféns mantidos pelo Hamas e outros grupos terroristas, especialmente crianças.
O projeto não condena as ações do Hamas, um ponto de discórdia para o governo dos Estados Unidos, principal aliado de Israel.
O texto insta todas as partes a não privar os civis em Gaza dos serviços básicos e da ajuda humanitária necessária para sua sobrevivência, acolhe as entregas iniciais e limitadas de ajuda e pede que isso seja ampliado.
Após o impasse no Conselho de Segurança no mês passado, a Assembleia-Geral da ONU, composta de 193 membros, adotou, em 28 de outubro — com 121 votos a favor —, uma resolução redigida pelos estados árabes que solicitava uma trégua humanitária imediata e exigia acesso à ajuda à sitiada Faixa de Gaza e proteção dos civis.