Eleições visam a ‘reforçar a legitimidade e autenticidade’ do regime
Redação Oeste –
Os candidatos da ditadura da Coreia do Norte não receberam todos os votos dissidentes nas eleições do país, que ocorreram no domingo 26. Em vez de receber 100%, os candidatos tiveram 99,9% dos votos.
Ao reportar os resultados das eleições de deputados às assembleias regionais, a imprensa estatal do país afirmou que 0,09% e 0,13% votaram contra os candidatos selecionados para os conselhos provinciais e municipais, respectivamente.
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“Entre os eleitores que participaram da votação, 99,91% votaram nos candidatos a deputados às assembleias populares provinciais”, informou a agência de notícias estatal KCNA. “E 99,87% votaram em candidatos a deputados às assembleias populares municipais e distritais.”
Descartada possibilidade de retratar imagem de “sociedade normal”
Conforme a agência de notícias britânica Reuters, analistas descartaram a possibilidade de essas eleições serem uma tentativa de retratar a “imagem de uma sociedade normal”, em vez de sinalizar qualquer aumento significativo de direitos no Estado autoritário.
“O retrato de uma sociedade mais democrática, particularmente em comparação com a Coreia do Sul e os Estados Unidos, visa reforçar a legitimidade e a autenticidade do regime no cenário mundial”, afirmou num relatório a Fundação Ásia-Pacífico do Canadá.
Uma foto divulgada pela KCNA mostrou o momento em que Kim Jong-un, líder ditador norte-coreano, votava diante de duas urnas — uma em verde para aprovação do governo e outra em vermelho para reprovação.
“A votação discreta provavelmente permanecerá limitada, pois as urnas continuarão a ser visivelmente monitoradas”, afirma a fundação. O processo de seleção de candidatos permanecerá rigidamente controlado por Pyongyang.
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A ditadura da Coreia do Norte
A Coreia do Norte possui uma das sociedades mais controladas do mundo, com Kim Jong-un acusado de usar um sistema de clientelismo e repressão para manter o poder absoluto.
O Parlamento e os conselhos regionais do país servem de “carimbo” para o Partido dos Trabalhadores, no poder, com as suas eleições a registarem geralmente mais de 99% de participação eleitoral.
Segundo um funcionário do Ministério da Unificação da Coreia do Sul, que cuida das relações com o país vizinho, as eleições deste mês marcaram a primeira vez que a Coreia do Norte se referiu a votos dissidentes nas eleições locais, que ocorrem desde a década de 1960.
Realizadas a cada quatro anos, as eleições regionais também foram as primeiras desde que a Coreia do Norte revisou a sua lei eleitoral, em agosto, para permitir múltiplos candidatos.
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