SaúdePor Redação Minuto SaudávelPublicado em: 13/12/2023Última atualização: 13/12/2023Por Redação Minuto SaudávelPublicado em: 13/12/2023Última atualização: 13/12/2023 A prática conhecida como lavagem intestinal, enteroclisma ou hidrocolonterapia envolve a inserção de líquido no reto.A técnica conhecida como lavagem intestinal, enteroclisma ou hidrocolonterapia consiste na introdução de líquido no reto. Esse procedimento tem como objetivo a remoção das fezes do intestino por meio da instilação de soluções sob pressão, administradas por via retal. A lavagem intestinal é indicada para algumas condições, preparação para cirurgias ou exames. Às vezes esquecemos, porém, o intestino desempenha papéis indispensáveis na nossa saúde, sendo considerado nosso segundo cérebro, pois aproximadamente 100 milhões de neurônios estão conectados à região intestinal. Além de sua importância para a nutrição, um intestino saudável contribui para o bem-estar geral, a beleza da pele e a saúde mental.E embora a lavagem intestinal seja realizada com propósitos médicos específicos, algumas pessoas ainda a adotam como um ritual de saúde para desintoxicar o corpo. Entretanto, não há estudos que comprovem a necessidade dessa abordagem para a desintoxicação do organismo.É fundamental destacar que a realização do procedimento sem orientação médica e todo o acompanhamento necessário pode acarretar riscos significativos. O uso inadequado da lavagem pode alterar a microbiota do intestino, favorecendo o surgimento de feridas e inflamações.Hoje a ciência tem avanços notáveis em diversas áreas, sempre pautados em evidências e empiricamente comprovadas. Essas evidências, frequentemente validadas estatisticamente por meio de amplos estudos de casos fundamentais para práticas médicas seguras.E a inserção de grandes volumes de líquido no ânus, principalmente de forma indevida, pode exercer pressão nas paredes intestinais, apresentando riscos adicionais.Quer entender melhor sobre o assunto? Então não deixe de conferir o conteúdo do artigo!Índice:Para que serve a lavagem intestinal?Tem como fazer a lavagem em casa?Como é o procedimento?Quais são os riscos?Quando é indicada a lavagem intestinal?Para que serve a lavagem intestinal?A lavagem intestinal, conhecida também como limpeza intestinal, enteroclisma ou hidrocolonterapia, é um procedimento projetado para “limpar” o intestino, visando a remoção de resíduos fecais.É indicada em diversas situações, sendo uma delas a preparação para exames de imagem do intestino, nos quais a limpeza é importante para resultados precisos. Além disso, é recomendada antes de cirurgias gastrointestinais, contribuindo para um ambiente mais propício ao procedimento médico.O procedimento em si envolve o uso de uma sonda retal, cujos objetivos abrangem desde a eliminação ou prevenção da distensão abdominal e flatulência até a facilitação da evacuação fecal. Em situações clínicas específicas, a lavagem intestinal é empregada para remover sangue, especialmente nos casos de melena, uma vez que a presença de sangue nas fezes pode indicar condições médicas sérias.Tem como fazer a lavagem em casa?A utilização de soluções caseiras para esse fim de lavagem é considerada altamente prejudicial para a saúde do reto e do intestino, conforme alertam os profissionais de saúde.Os enemas, ou lavagens intestinais, quando realizados inadequadamente ou com soluções não apropriadas, podem resultar em danos consideráveis ao sistema gastrointestinal. Muitos produtos caseiros usados nessas práticas podem ser extremamente agressivos, levando a efeitos adversos sérios.A mucosa delicada do reto pode ser sensível às substâncias presentes em soluções, causando irritações, inflamações e até mesmo lesões. Além disso, o desequilíbrio na composição química dessas soluções pode interferir na flora intestinal saudável, comprometendo o funcionamento adequado do sistema digestivo.Leia mais: Exame de fezes: é eficaz na prevenção de câncer colorretal? Como é o procedimento?A lavagem intestinal é um procedimento que envolve a introdução de uma solução, que pode ser medicamentosa ou não, no reto.Essa prática deve ser realizada com a assistência de um profissional de saúde e começa com toda higienização necessária e lubrificação do equipamento de aplicação, que pode ser uma sonda, cateter ou aplicador retal. O dispositivo lubrificado é cuidadosamente introduzido na região anal, colocando-o na posição de sims para facilitar o acesso e assegurar uma administração controlada da solução no reto.Durante o procedimento, é importante que o paciente retenha a solução por um período determinado, geralmente de 5 a 15 minutos, até que surja o forte impulso de defecar. Nesse momento, a pessoa deve ser direcionada à comadre ou ao banheiro para evacuar as fezes, sendo importante orientá-la para não dar descarga antes que o profissional de saúde examine.Além disso, uma assistência atenta é prestada ao paciente durante o processo, incluindo o suporte na limpeza anal após a eliminação das fezes. Esse cuidado pós-procedimento visa garantir o conforto e a higiene, mantendo um ambiente seguro e respeitoso.As soluções mais comuns utilizadas incluem a solução glicerinada, solução hipertônica de cloreto de sódio e solução oleosa. Cada uma delas pode ser indicada com base nas necessidades específicas do paciente e nos objetivos do procedimento.Leia mais: Transplante de fezes: o que é e como é feito? Quais são os riscos?Embora seja considerada uma técnica de execução aparentemente simples, a introdução de solução via sonda retal pode resultar em diversos perigos, incluindo o risco de infecções decorrentes da manipulação da região retal. Perfuração do intestino: uma complicação séria que pode ocorrer se a técnica não for realizada adequadamente; Desidratação: uma vez que o procedimento pode interferir nos níveis de líquidos no organismo;Sangramento retal e inflamações agudas no cólon: dependendo da pressão aplicada e regularidade da técnica;Alterações prejudiciais na microbiota intestinal: pois afeta o equilíbrio natural das bactérias no trato gastrointestinal. Esse desequilíbrio, por sua vez, pode contribuir para problemas digestivos e outros desconfortos intestinais;Ameaça de desequilíbrio eletrolítico: que pode comprometer o funcionamento adequado de órgãos vitais.Como justificativa para a aplicação da técnica além das citadas, algumas pessoas adeptas da hidrocolonterapia acreditam na teoria que as fezes são formadoras de toxinas. De acordo com essa estagnação, a absorção dessas toxinas poderia resultar em envenenamento do organismo. Outra proposição relacionada sugere que a constipação levaria a um maior contato das fezes com a parede do cólon, levando à aderência dessas fezes e, consequentemente, impedindo a absorção ou eliminação adequada dos alimentos.Entretanto, a ideia de auto-intoxicação não é aceita pela comunidade médica. A prática da limpeza, quando realizada sem supervisão e orientação médica adequada, pode possibilitar possíveis riscos para a saúde, dependendo da introdução inadequada de líquidos, desequilíbrios eletrolíticos, lesões intestinais e alterações na flora intestinal.Além de que, a constipação requer uma abordagem cuidadosa e uma avaliação minuciosa, excluindo possíveis causas como hipotireoidismo, câncer, diabetes, dieta inadequada, distúrbios de motilidade e impactação fecal. O tratamento inicial para essa condição geralmente envolve medidas clínicas simples que podem resolver o problema. Nos casos mais desafiadores, métodos funcionais podem ser empregados para auxiliar no diagnóstico e orientar o tratamento.ContraindicaçõesEmbora sujeito a várias complicações se não executado corretamente, ainda existem contra indicações significativas devido aos riscos potenciais associados ao procedimento. Algumas delas são:Desidratação;Sangramento retal;Alergia aos componentes do líquido injetado;Cirurgias recentes no cólon e na próstata;Enfermidades cardíacas;Condições renais severas;Mielossupressão.Essas condições são ainda mais propensas quando a pessoa sujeita é portadora de patologias inflamatórias ou tumores. Infelizmente, muitas pessoas que buscam fazer o exame de maneira indevida não passam por uma avaliação médica prévia, aumentando os riscos de complicações.Quando é indicada a lavagem intestinal?A lavagem intestinal é recomendada em diversas situações clínicas específicas, todas sob supervisão e orientação profissional. Destacam-se as seguintes indicações médicas:Esvaziamento do cólon: em condições em que o organismo não consegue eliminar o conteúdo fecal de maneira fisiológica;Remoção de melena ou enterorragia: situações de sangramento gastrointestinal, a lavagem intestinal pode ser indicada para remover resíduos sanguíneos;Preparo para procedimientos diagnósticos: antes de exames como radiografia contrastada, retossigmoidoscopia, colonoscopia, enema medicamentoso e outros procedimentos que requerem um cólon limpo;Preparos pré-operatórios como para cirurgias gastrointestinais: a lavagem pode ser prescrita como parte do preparo pré-operatório;Alívio de distensão abdominal para proporcionar alívio;Obstipação recorrente: pessoas com obstipação crônica podem se beneficiar desse procedimento quando outras abordagens não são eficazes.Resistência a medicamentos e dietas laxativas: principalmente em casos de fecaloma.Leia mais: Obstrução intestinal: veja quais os sintomas e tratamentos Embora alguns profissionais de terapias alternativas defendam a prática da lavagem intestinal para fins de desintoxicação, é importante ressaltar que essa abordagem não é reconhecida pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia como parte da especialidade. A administração de medicamentos por via retal, abrangendo procedimentos como lavagem intestinal/enteroclisma e clister/enema, é geralmente realizada por um profissional de enfermagem.São aplicadas em circunstâncias particulares, como em casos de pós-operatório de cirurgias, melhor visão de exames e condições específicas de saúde. As promessas de “esterilização” e “desintoxicação” associadas à lavagem intestinal não possuem nenhum embasamento científico. Além disso, a realização dessas lavagens intestinais não apenas falha em cumprir tais promessas, mas também expõe os pacientes a uma série de riscos, muitas vezes não devidamente comunicados previamente.Os potenciais perigos incluem desde irritações e inflamações na mucosa intestinal até complicações mais sérias, como lesões e perfurações.A sociedade médica destaca a importância de se basear em práticas com respaldo científico, rejeitando métodos sem comprovação eficaz e alertando para os riscos envolvidos, um recado tanto para os profissionais quanto para os pacientes. Buscar por tratamentos deve ser guiada por práticas médicas confiáveis, priorizando a segurança e o bem-estar.Para mais conteúdos como este, não deixe de acompanhar o Minuto Saudável aqui e nas redes sociais!
Lavagem intestinal: para que serve, quais os riscos e mais!
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