Inscrições em tinta branca no pilar do monumento dizem “Cristo vive” e “pagão. A placa de identificação da estátua também foi vandalizada, formando a frase “monumento pagão”. As inscrições apareceram na estátua na última segunda-feira (21), de acordo com a Federação das Religiões Afro-Brasileiras (AFROBRAS), responsável pelo monumento. No ano passado, a estátua se tornou parte do patrimônio histórico-cultural de Porto Alegre, após a promulgação de uma lei municipal. Imagem da Mãe Oxum, na Orla do Guaíba em Ipanema — Foto: Daiana Santos/Divulgação e Reprodução/RBS TV “É inadmissível que em 2024 tenhamos que enfrentar tamanha barbárie”, afirmou o presidente da Afrobras, José Antônio Salvador. Leia abaixo a nota oficial da entidade após o episódio. O dia 21 de janeiro marca a mobilização nacional do combate à luta contra a intolerância religiosa. Salvador registrou o boletim de ocorrência, categorizando o episódio como intolerância religiosa. Segundo a delegada Tatiana Bastos, ainda não foram identificadas imagens que mostrem a movimentação no local ou possíveis suspeitos. Polícia Civil investiga pichações em estátua religiosa em Porto Alegre — Foto: Divulgação/Afrobras Nota da Afrobras A Federação das Religiões Afro Brasileiras – AFROBRAS, através de sua Diretoria, seus Conselheiros de Fundamentos e Membros de Comissões Internas, vem por esta nota REPUDIAR O ATO DE VANDALISMO EXTREMISTA E INTOLERANTE atentado contra o Monumento de Oxum, na Orla de Ipanema, em Porto Alegre, local sagrado para os religiosos Afro Umbandistas do Rio Grande do Sul, estado que concentra a maior população orixaísta do Brasil. O vilipêndio aconteceu na noite de 21 de janeiro de 2024, justamente na data em que se comemora o DIA NACIONAL DE COMBATE À INTOLERÂNCIA RELIGIOSA. No dia 21 de janeiro, comemora-se o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, instituído pela Lei Federal nº 11.635, de 27 de dezembro de 2007, após a morte da Iyalorixá baiana. Fundadora do Ilê Asé Abassá, Gildásia dos Santos e Santos, conhecida como Mãe Gilda, que teve sua casa e terreiro invadidos por um grupo de outra religião. Injustamente caluniada, perseguida e agredida física e verbalmente junto com o marido, ela morreu, vítima de um infarto fulminante No Brasil, a Constituição Brasileira, em seu Artigo V, Inciso VI, preconiza que é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias, entretanto, a desinformação, o preconceito, a discriminação e a intolerância continuam sendo os principais motivos do desrespeito as religiões. O crime de ódio, racismo religioso e intolerância religiosa cometido, por pessoa não sabida, contra o Monumento de Mãe Oxum, tombado por lei como patrimônio Histórico, artístico e religioso do município de Porto Alegre, atinge a todos os nossos filiados, amigos, seguidores, tanto quanto a sociedade brasileira como um todo, pois a laicidade do estado foi agredida com violência, o fato não pode ficar impune. Conclamamos todos os religiosos Afro, e cidadãos que possam se engajar nesta causa para se dirigirem a uma delegacia de Polícia Civil e registrar um boletim de Ocorrência(BO) denunciando o fato (posteriormente nos enviando uma copia), com inúmeras denuncias em mãos o Departamento Jurídico da AFROBRAS estará empoderado para as atitudes cabíveis neste casos e, inclusive, recorrer junto as instâncias governamentais exigindo providencias contra agressões desta natureza.
Polícia Civil investiga pichações em imagem de Mãe Oxum em Porto Alegre: ‘monumento pagão’
postagem anterior