Startup da China divulga protótipo de bateria nuclear e avalia início da comercialização, com chances de revolucionar o mercado. O surgimento de baterias com uma carga que demora meses e até anos para acabar pode estar mais perto do que você imagina. Já existem hoje no mundo pesquisas avançadas para criar e implementar sistemas de armazenamento de energia que usam material radioativo e conseguem gerar eletricidade por um período impressionante. Já imaginou um smartphone com bateria que dura anos, sem precisar de recarga? A revolução seria enorme, principalmente diante da realidade atual, em que é necessário plugar o celular na tomada pelo menos uma vez ao dia e esperar pelo reabastecimento da bateria. A solução para isso está próxima. A startup chinesa Betavolt divulgou, recentemente, o protótipo de uma bateria nuclear, capaz de gerar energia por 50 anos, sem necessitar de recarga. Com apenas 15 milímetros de comprimento, ela funciona a partir de isótopos radioativos de níquel. Eletrônicos estão perto de ganhar baterias que duram décadas, sem necessidade de recarga – Foto: Reprodução Quando chegará ao mercado? A novidade tem 100 microwatts de potência e três volts de tensão elétrica. Apesar de o projeto estar na fase de protótipo, a Betavolt avalia que deve colocá-la no mercado já no ano que vem e com uma potência ainda maior, de 1 watt. O produto feito pela startup chinesa tem função modular. Isso significa, segundo a empresa, que será possível utilizá-la em drones e celulares, por exemplo. Ou seja: a revolução no segmento de eletrônicos deve ocorrer em breve. Pesquisa no Brasil Por aqui, também já existem estudos nessa área feitos por uma equipe do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo. No final do ano passado, os cientistas divulgaram o primeiro protótipo de uma bateria nuclear termelétrica desenvolvida no país. Ela funciona a partir da desintegração de um isótopo de amerício. A pesquisa brasileira foi iniciada há dois anos. Ele é financiada por uma empresa interessada em investir e comercializar o produto, cujo nome não pode ser revelado, ainda, por questões de contrato. Ao todo, 11 fontes de amerício foram utilizadas para criar o protótipo. Elas foram empilhadas e encapsuladas em um tubo de alumínio para evitar vazamentos. A intenção, segundo os pesquisadores, é atingir o máximo possível de segurança e só iniciar a comercialização quando houver garantia de risco zero de vazamento, nem que seja necessário fazer um duplo ou triplo encapsulamento. Vantagens da bateria nuclear Além do funcionamento por longo período, sem necessidade de recarga, as baterias nucleares têm uma vida útil por tempo considerável. Para se ter ideia, uma bateria química convencional dura, em média, cinco anos. Uma bateria de lítio, como as utilizadas em celular, chega a 10 anos. Os estudiosos envolvidos na criação da versão nuclear no Brasil acreditam que ela vá durar mais de 200 anos. Até então, nenhum país iniciou a fabricação comercial desses dispositivos, apesar de as pesquisas serem antigas e terem iniciado no começo do século passado. Hoje, a produção é limitada e feita, apenas, para fins de segurança governamental, em países como China, Rússia, Estados Unidos, França e Inglaterra.
Bateria que dura 50 anos? Isso está perto de virar realidade; veja
postagem anterior