Ministério argumenta que os agentes devem ser o primeiro alvo de uma ação reparatória. A ação também solicita que no local seja criado um espaço de conscientização de memória sobre o golpe. 4ª Brigada de Infantaria Leve de Montanha, em Juiz de Fora — Foto: 4ª Brigada de Infantaria Leve de Montanha/Reprodução A ditadura militar durou de 1964 a 1985. Nesse período, houve perseguição, tortura e assassinatos de opositores do regime. O Congresso Nacional foi fechado, e a imprensa, censurada. Para que a história não seja esquecida ou distorcida, o Ministério Público Federal (MPF) solicitou que militares da 4ª Brigada de Infantaria Leve de Montanha, no Bairro Mariano Procópio, em Juiz de Fora, façam um curso sobre o que foi o golpe militar e os direitos humanos violados. O órgão pede que o curso seja desenvolvido em conjunto pelos ministérios da Defesa, da Educação, de Direitos Humanos e Cidadania e da Igualdade Racial, com o prazo de até 180 dias. Para o Ministério, a manutenção de uma homenagem ao golpe de 1964 no interior de uma área militar contribui para a formação de gerações de agentes públicos com valores antidemocráticos. “Eles devem ser o primeiro alvo de uma ação reparatória, com cursos sobre o caráter ilícito do Golpe Militar e as conclusões da Comissão Nacional da Verdade sobre as violações de direitos humanos durante a ditadura.” A ação também pede que no local seja criado um espaço de memória, com uma placa informando que, no dia 31 de março de 1964, tropas militares partiram de Juiz de Fora, e deflagraram o golpe de Estado que interrompeu a democracia no Brasil, para que gerações futuras possam conhecer e compreender a gravidade dos fatos. Ministério Público processa a União Os principais pedidos do MPF são os de revogação de atos de homenagem, anulação dos nomes de sites e documentos oficiais, além da remoção, das dependências do Exército, do monumento onde está inscrita a data. O prazo de até 30 dias. A ação também pede que a União seja condenada a excluir a expressão “Revolução democrática” ou expressões de exaltar o golpe militar, de qualquer site ou documento oficial, para se referir ao histórico de atuação da brigada. Juiz de Fora guarda construções e acervos ligados à ida das tropas militares para o RJ O g1 fez contato com a 4ª Brigada de Infantaria Leve de Montanha, que disse que a unidade não tem interferência na nomenclatura que recebe. A reportagem, então, acionou o Centro de Comunicação Social do Exército, que informou que não irá se manifestar, uma vez que o processo está em curso. VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campos das Vertentes
MPF pede que Exército dê aulas aos militares sobre o que foi o golpe de 1964 e os direitos humanos violados durante os 20 anos de ditadura
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