Morreu, em Belo Horizonte, aos 80 anos, o ex-coronel da Polícia Militar Edgar Soares, conhecido em Juiz de Fora por ser mantido refém por 12 dias no sequestro da Rua das Margaridas, no Bairro Novo Horizonte, nos anos 90. O militar foi sepultado na sexta-feira (19), depois de passar duas semanas internado na UTI de um hospital da capital, após agravamento do quadro de insuficiência coronária e pulmonar. Ele deixou quatro filhos e a esposa. O sequestro foi um dos mais longos da história de Minas Gerais e chamou a atenção de todo o Brasil e da imprensa. Cinco presos renderam policiais, fugiram da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, e viajaram para Juiz de Fora dentro de um carro-forte. Confira mais abaixo detalhes do caso. Edgar também foi fundador e primeiro presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais. Foi presidente do Clube dos Oficiais Militares Mineiros entre os anos de 1990-1991 e 1994-1995, além de fundador da Academia de Letras João Guimarães Rosa. “A Polícia Militar de Minas Gerais lamenta profundamente o falecimento do Senhor Coronel PM Veterano Edgar Soares. Militar dedicado e envolvido com as causas da família militar. Aos familiares e amigos, recebam nossas condolências e que possam encontram forças neste difícil momento”, citou a corporação em nota. O sepultamento aconteceu na sexta-feira (19), no Clube dos Oficiais da PM, onde amigos e familiares se reuniram para velar e homenagear o coronel. Sequestro da Rua das Margaridas Morre militar que foi refém do sequestro da Rua das Margaridas em Juiz de Fora Por doze dias o Brasil parou para acompanhar um dos sequestro mais longos da história de Minas Gerais e que marcou Juiz de Fora. No dia 24 de agosto de 1990, cinco presos renderam guardas e fizeram nove reféns na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. Depois de negociações, eles saem da unidade prisional em um carro-forte com quatro militares. Sequestro Rua das Margaridas: fugitivos de Contagem chegam em Juiz de Fora em carro-forte e estacionam na Avenida Barão do Rio Branco — Foto: Reprodução/TV Integração O grupo chegou em Juiz de Fora, estacionou na Avenida Barão do Rio Branco e exigiu que a polícia os entreguasse armas e um carro. Em seguida, saíram da cidade levando o coronel Edgar Sores, mas retornaram à noite, invadindo um sítio na Rua das Margaridas, no Bairro Novo Horizonte. Lá, fizeram mais sete reféns, que foram, aos poucos, libertados. Sítio invadido pelo bando na Rua das Margaridas, Bairro Novo Horizonte — Foto: Reprodução/TV Integração Apenas o coronel Edgar Soares ficou com os criminosos, e uma longa e arrastada negociação colocou Juiz de Fora em destaque em todo o país. No décimo dia de sequestro, três fugitivos se entregam à polícia — Foto: Reprodução/TV Integração No décimo dia, o grupo tentou fugir do sítio e trocou tiros com a polícia. Três deles ficaram feridos e se entregam. No 11º dia de sequestro, os dois fugitivos sairam da casa e se encontraram com a comissão de negociação montada. Um dia depois, houve a liberação do coronel, por volta das 8h30. Em entrevista ao Globo Repórter, em 2020, o coronel Edgar Soares comentou o caso e disse que, com o passar dos anos, a agonia vivida ficava mais suave. “Depois do sequestro eu estive com uma psicóloga, e ela me apresentou os seguinte: se eu não contasse a minha história, eu ficaria preso na história. Comecei a ter muitos pesadelos e, com essa observação dela, comecei a contar e, a cada momento que eu conto a história, ela fica mais suave para mim”. Memória MG: relembre 12 dias de sequestro na Rua das Margaridas, em Juiz de Fora VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campos das Vertentes