Lar Politica Bancada ruralista quer votar neste semestre projeto de lei que facilita liberação de agrotóxicos

Bancada ruralista quer votar neste semestre projeto de lei que facilita liberação de agrotóxicos

por Hellen Leite do R7 em Brasilia
0 comentário
bancada-ruralista-quer-votar-neste-semestre-projeto-de-lei-que-facilita-liberacao-de-agrotoxicos

Após 20 anos de debates, o projeto de lei que flexibiliza a regulamentação dos agrotóxicos caminha para apreciação definitiva no Senado. Atualmente, a matéria tramita na Comissão de Meio Ambiente, sob relatoria do senador Fabiano Contarato (PT-ES), e a aprovação do texto é uma das prioridades da bancada ruralista no segundo semestre deste ano. O texto já foi aprovado pela Câmara dos Deputados e pela Comissão de Agricultura do Senado. No ano passado, chegou a ser incluído na pauta de votações do plenário, mas voltou às comissões após resistências. • Compartilhe esta notícia no WhatsApp • Compartilhe esta notícia no Telegram O texto ainda enfrenta a oposição de ambientalistas e pesquisadores, que argumentam que quase 2.000 agrotóxicos foram liberados no Brasil nos últimos quatro anos. Entre outras coisas, o projeto de lei autoriza que o uso de agrotóxicos seja analisado somente pelo Ministério da Agricultura, sem a participação da Anvisa. Além disso, a aprovação do produto pode ser automática caso a análise ultrapasse o período de dois anos. O relatório do projeto não tem data para ser apresentado, mas há a tentativa de construir um texto consensual em reuniões com senadores e técnicos do Senado, dos ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), além do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Os parlamentares ruralistas também querem que o projeto priorize a aprovação mais rápida dos pesticidas, além de fortalecer o combate ao cartel de empresas que dominam o mercado. Já para a ala ambientalista, o projeto original suaviza e generaliza excessivamente algumas exigências. No geral, o grupo aponta o aumento do consumo de agrotóxicos no Brasil, que cresceu cerca de 190% nos últimos dez anos, e os efeitos que o uso intensivo dos produtos pode causar ao meio ambiente e à saúde humana. Sobre esses pontos, há a intenção de construir uma proposta moderada. Agrotóxicos ou defensivos? Um dos pontos sem acordo no relatório tem a ver com a mudança do nome de agrotóxicos para defensivos agrícolas. Quem defende a troca argumenta que os agrotóxicos são venenosos apenas para pragas e insetos e, por isso, o uso do termo seria incorreto e colocaria uma imagem negativa nos produtos. Além disso, eles afirmam que o termo “pesticida” ou “defensivo” sugere modernização para o setor. Para o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (PP-PR), o uso do termo “agrotóxico” provoca uma guerra de narrativas por quem é contra o projeto de lei. Ele adverte que, pela legislação atual, o Brasil demora até dez anos para aprovar novos pesticidas e permitir seu uso, ao contrário de países como os Estados Unidos e a Argentina. Quem é contra a mudança afirma que a intenção seria, na verdade, eliminar o marketing negativo que o termo agrotóxico desperta.

você pode gostar